Quando foi inaugurado, no dia 16 de junho de 1950, o estádio era o maior do mundo e tinha capacidade para receber 200 mil pessoas, quase 10% da população do Rio, segundo censo da época. A última grande reforma no Maracanã foi concluída em 2013, custou aos cofres públicos mais de R$ 1 bilhão e reduziu a sua capacidade máxima para 78 mil torcedores. O recorde de público é de 199 mil espectadores, registrado na final da Copa do Mundo de 1950. Hoje, o estádio não aparece nem entre os 20 do mundo em capacidades de público.

O Maracanã foi construído justamente por causa do Mundial de 1950. O Brasil foi escolhido em 1946 para ser sede da Copa de 1949, mas, em 1947, a Fifa adiou o torneio em um ano para que as seleções da Europa pudessem se reestruturar após a Segunda Guerra Mundial.

Apesar dos 12 meses a mais para entregar os estádios, o Brasil teve problemas na preparação do evento. A Presidência da República chegou a montar a “Comissão de Estádios”, mesmo assim nenhum ficou pronto com antecedência. Nem mesmo o gigante Maracanã.

Cinco construtoras e 3.500 operários levantaram o estádio em 22 meses – as obras começaram em 1948. A rapidez com que o estádio foi construído chegou a criar entre os moradores do Rio o temor de que a estrutura não era forte o suficiente para abrigar grandes públicos. Na tentativa de tranquilizar os torcedores, três mil funcionários foram convocados para pular simultaneamente nas arquibancadas antes de sua abertura.

À época, as exigências da Fifa não eram muitas. A entidade pedia estádios com arquibancadas para no mínimo 20 mil torcedores, cabines para a imprensa e autoridades e túneis interligando os vestiários ao gramado. O Maracanã cumpria todos os requisitos com sobras, mas imprevistos acabaram ocorrendo de última hora. As traves, por exemplo, foram colocadas com atraso, às vésperas da inauguração, porque o primeiro jogo de balizas, feito com madeira de má qualidade, acabou cedendo durante os testes.

Um dia após a abertura oficial em cerimônia que contou com a presença de Eurico Gaspar Dutra, então presidente da República, a partida inaugural ocorreu em 17 de junho de 1950, entre as seleções do Rio e de São Paulo. Dentro de campo, vitória por 3 a 1 dos paulistas. Fora, problemas e improvisações.

“Observou-se que dois setores do estádio estavam repletos de andaimes sustentando dois lances da marquise que circundava a arquibancada. Isso impediu, certamente, que o estádio alcançasse a sua capacidade máxima”, informava reportagem do Estadão à época.

Sete dias depois, na abertura do Mundial de 1950, no jogo entre Brasil e México, os andaimes foram retirados das arquibancadas. Mas havia ainda muita lama e material de construção espalhado pelo estádio.

Ao longo de sete décadas, o Maracanã recebeu partidas históricas de duas Copas do Mundo, Mundial de Clubes, Copa América, Libertadores, Campeonato Brasileiro e, é claro, Campeonato Carioca.

Não apenas times do Rio fizeram jogos memoráveis no estádio. O Santos, por exemplo, foi campeão mundial em 1963 contra o Milan no Maracanã. O mesmo ocorreu com o Corinthians, em 2000, diante do Vasco.

A seleção brasileira viveu altos e baixos no estádio. A primeira decisão, na Copa de 1950, acabou em derrota para o Uruguai. Mas, no mesmo palco, o Brasil faturou os títulos da Copa América em 1989 e 2019.

Antes da pandemia do coronavírus, a Conmebol havia escolhido o Maracanã como sede da final da Libertadores deste ano. A decisão do principal torneio de clubes da América do Sul está marcada para o dia 21 de novembro, mas deverá ser alterada por causa da paralisação do futebol no continente.

Fonte: istoe.com.br

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